Memorial da Resistência de São Paulo
Sábado Resistente
08 de agosto de 2009, das 14h às 17h30
Memorial da Resistência de São Paulo – Largo General Osório, 66 – Luz
40 ANOS DA CRIAÇÃO DA OPERACÃO BANDEIRANTE
A REPRESSAO CLANDESTINA TRANSFORMADA EM ROTINA
Um dos órgãos de repressão mais violentos da Ditadura Militar no Brasil foi a chamada Operação Bandeirante (OBAN), criada pelo II Exército em São Paulo, no mês de julho de 1969. Foi um centro integrador das forças que reprimiram os que resistiam ao regime ilegal e ilegítimo dos militares que deram o Golpe em 1964, instalado na Rua Tutóia, onde atualmente funciona o 36° Distrito Policial da cidade.
Para debater sobre esta sinistra organização, sua história e influência durante “os anos de chumbo”, o Núcleo de Preservação da Memória Política do Fórum Permanente de Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo e o Memorial da Resistência de São Paulo convidam para as palestras de três eminentes estudiosos sobre o legado da OBAN nos dias de hoje.
Programa:
14h – 14h15: Apresentação/Coordenação:
Marcelo Mattos Araújo – Memorial da Resistência de São Paulo
Ivan Seixas – Jornalista, ex-preso político – Diretor do Núcleo de Preservação da Memória Política e do Fórum de Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo
14h15 –15h45: Palestras
Moderador: Maurice Politi
Presidente do Núcleo de Preservação da Memória Política e Diretor do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos do Estado de São Paulo. Ex-preso político.
Debatedores:
Dr. José Henrique Rodrigues Torres
Juiz de Direito da Vara do Júri de Campinas e professor de Direito Penal da PUC-Campinas.
Secretário-Executivo da AJD (Associação dos Juízes para a Democracia).
Profa. Dra. Mariana Joffily
Mestre em História pela Sorbonne (Paris IV), doutora em História Social pela USP e pós-doutoranda em História pela UFSC. Autora da Tese "No centro da engrenagem: os interrogatórios da Operação Bandeirante e do DOI-CODI de São Paulo (1969-1975)"
Dr. Marlon Weichert
Procurador Regional da República, Mestre em Direito Constitucional (PUC) e Professor de Direito Constitucional, Tributário e Sanitário.. Autor, conjuntamente com a Dra. Eugenia Favero, da Ação Civil Pública que pede a responsabilização civil dos comandantes do DOI-CODI por tortura e mortes ocorridas durante o regime militar.
15h45 –16h40: debate
16h45 –17h30: visita ao Memorial da Resistência de São Paulo
Sobre a OBAN
Inicialmente, foi um centro clandestino de detenção e tortura que reuniu integrantes das três forças armadas, assim como um pequeno contingente “selecionado” de soldados da Força Pública e da Policia Civil do Estado de São Paulo. A partir de meados de 1970, a Operação Bandeirante tornou-se uma estrutura oficial das forças do Exército, passando a ter o nome de DOI-CODI (Destacamento de Operações e Informações ligado ao Centro de Operações de Defesa Interna). Na década de 80, os DOI foram renomeados SOP – Setor de Operações.
Calcula-se que passaram pela OBAN mais de 10.000 prisioneiros. Os seus comandantes, hoje processados pelo Ministério Público Federal, foram os responsáveis por inúmeras mortes de combatentes sob torturas e execuções nas dependências deste organismo ou em vias públicas.
O Sábado Resistente é promovido pelo Núcleo de Preservação da Memória Política do Fórum dos Ex-Presos e Perseguidos Políticos de São Paulo e pelo Memorial da Resistência de São Paulo. É o espaço de discussão entre companheiros combatentes de ontem e de hoje, pesquisadores, estudantes e interessados para o debate sobre temas ligados às lutas contra a repressão, em especial à resistência ao regime militar, implantado com o golpe de Estado de 1964. Nossa preocupação é estimular a discussão e o aprofundamento dos conceitos de Liberdade, Igualdade e Democracia, fundamentais ao Ser Humano em busca de sua libertação.
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SHOW MUSICAL: CANÇÕES DA RESISTÊNCIA
ARTISTA: ERNESTO GUEVARA
30 ANOS DA ANISTIA POLITICA
Local: Teatro Clara Nunes ( Rua Graciosa s/n Diadema-SP)
Data: 19/08/2009
Horário: 20 hs
Entrada: Franca
INTRODUÇÃO:
O espetáculo “Canções da Resistência” traz um saboroso e rico repertório de canções feitas em uma época não muito distante do ponto de vista histórico de nosso país, os anos de “chumbo”, período em que a liberdade de expressão foi totalmente cerceada pelos órgãos de censura e controle dos governos militares (1964/1985), foi através da musica que a sociedade brasileira mais se expressou nestes duros e longos anos, artistas como Chico Buarque, Caetano Veloso, Ivan Lins, Taiguara entre outros, criaram belíssimas canções que embalaram festivais, passeatas, encontros políticos e os duros anos de exílio imposto a muitos brasileiros, e que, com toda segurança tiveram papel absolutamente importante na retomada do regime democrático do nosso país.
O espetáculo Canções da resistência “elas dizem mais”, traz para cena atual, não só um belo e bem arregimentado repertório, mas, sobretudo uma grande contribuição ao resgate de mensagens preponderantes na construção de uma sociedade livre, fraterna e infinitamente mais justa.
REPERTÓRIO:
Roda Viva, Tanto Mar, Minha historia, Apesar de Você (Chico Buarque), Sangrando (Gonzaguinha), Pra não dizer que não falei das flores (Geraldo Vandré), Hasta siempre comandante (Carlos Puebla), Tente outra vez e Ouro de Tolo (Raul Seixas), Debaixo dos caracóis (Roberto Carlos), Cidadão (Zé Geraldo), Admirável Gado novo (Zé Ramalho), Cálice (Milton Nascimento), Aos Nossos Filhos (Ivan Lins), entre outras.
REALESE
ERNESTO.GUEVARA:
O cantor e compositor Ernesto José de Carvalho, nasceu em janeiro de 1968, filho de operários do ABC, que se opuseram ao regime militar. Seu pai Devanir José de Carvalho foi assassinado em 05 Abril de 1971 pela policia política, desde então, Ernesto seu irmão Carlos e sua mãe Dina, viveram no exílio passando pelos países Chile, Argentina, Portugal e França até 1979 ano da anistia aos refugiados políticos. Seu nome, uma justa homenagem ao maior líder revolucionário da América Latina, Ernesto Che Guevara de la Sierna. Foi no exílio que Ernesto teve os primeiros contatos com a musica popular Brasileira, “ouvíamos o que chegava, e quase sempre eram coisas censuradas... do Chico, Vandré, Gonzaguinha...”.
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