quarta-feira, 2 de setembro de 2009

CABO ANSELMO - Relatórios não apoiam versão do infiltrado

DA SUCURSAL DO RIO FSP 01/08

Relatório e depoimentos de José Anselmo dos Santos ao Deops (Departamento Estadual de Ordem Política e Social) de São Paulo, produzidos na década de 1970, contradizem declarações do ex-marinheiro no programa Canal Livre, da Band, encerrado ontem de madrugada.
O ex-marujo vive escondido, temeroso de vingança da esquerda. Em rara aparição na TV, ele disse que, após uma viagem ao Chile, não deu "informação de que havia muito mais gente se preparando para voltar" ao Brasil com Onofre Pinto, dirigente da VPR (Vanguarda Popular Revolucionária).
No seu relato ao Deops, contudo, ele cita outros guerrilheiros que planejavam o retorno, como Evaldo Luiz Ferreira de Souza, "Lia" (Maria do Carmo Brito) e um militante conhecido como "Baião". O documento se intitula "Relatório de Paquera" e foi escrito em 1971 ou 1972.
Anselmo falou em acertos para "a vinda e recebimento dos entrantes". Denunciou a presença em São Paulo de Soledad Viedma, sua companheira . Em 1973, ela e Evaldo de Souza foram mortos com outras quatro pessoas após delação do infiltrado.
Em outra passagem do Canal Livre, o ex-agente afirmou que a professora de teatro Heleny Telles Guariba "está viva por aí". Mas em 1995 a União reconheceu como morta a militante desaparecida até hoje.
Além do "Relatório de Paquera", dois depoimentos de Anselmo em 1971 sobreviveram no acervo do Deops.

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