Araguaia: comitê vai supervisionar trabalhos de busca .
Após três meses da criação do Grupo Tocantis, encarregado de localizar e identificar corpos de militantes mortos na Guerrilha do Araguaia na década de 70, o governo federal decidiu criar um comitê institucional para supervisionar os trabalhos do grupo.
O decreto presidencial para a criação do novo comitê foi publicado nesta segunda-feira, no Diário Oficial da União. O comitê contará com nove integrantes fixos e atende as reivindicações de organizações de defesa dos direitos humanos e familiares dos mortos, excluídos de participar do Grupo Tocantis já que, segundo o ministro da Defesa, Nelson Jobim, “estão ligados diretamente ao episódio”.
Outro ponto importante é a participação, no comitê, de três membros da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos da Câmara, que trata do tema desde 1995 . O vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos e também integrante da Comissão Especial de Mortos e Desaparecidos, deputado Pedro Wilson (PT-GO), elogiou a participação da comissão especial. “ Com a comissão e o novo comitê atuando juntos há uma possibilidade maior de trazer credibilidade nos trabalhos de busca. Aceitamos participar dessa fiscalização porque temos muitos membros representativos, entre eles familiares que estão de fora desta operação que é de interesse de todos. Se não houver um resultado definitivo, que pelo menos haja boa vontade para solucionar dúvidas pendentes há 40 anos”, disse. Segundo o deputado, 11 comissões já foram ao Araguaia e os resultados não foram satisfatórios. Segundo ele, a participação dos familiares ajuda as buscas. “Todos são parte dessa investigação. Se não fosse a insistência dos familiares que pressionaram o governo e as entidades envolvidas no sentido de obter respostas, estaríamos todos acomodados e poucos ainda estariam lutando por este tema que causa dor há tantos anos”, defendeu.
O deputado disse ainda que pretende propor investigações em outros locais e incentivar a participação de universidades nos debates e sugestões aos trabalhos de busca. “Mesmo que não encontremos todos os corpos, o novo comitê irá ampliar o campo de busca e, futuramente, com a participação de universidades e informações do Instituto Médico Legal, as respostas enfim aparecerão”, afirmou.
(Hérika Tavares, estagiária de jornalismo, com agências)
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